A população considerada de risco para as complicações da
gripe tem até esta sexta-feira (20) para se vacinar contra a influenza. Balanço
do Ministério da Saúde registra que, até o momento, 78,2% do público-alvo já
foi imunizado na campanha deste ano em todo o país (40 milhões de pessoas). A
meta é vacinar, pelo menos, 80% das 49,8 milhões de pessoas que compõem a
população prioritária. Para isso, foram disponibilizadas pelo governo federal
aos estados 54 milhões de doses da vacina. Cem por cento das doses da vacina
foram entregues pelo Ministério da Saúde aos gestores estaduais até o dia 13 de
maio, cumprindo com o acordo firmado no âmbito da Comissão Intergestores
Tripartite (CIT), da qual fazem parte União, estados e municípios.
“Embora o encerramento da campanha esteja programado para esta sexta, os
estados que ainda não alcançaram a meta ou ainda possuírem doses disponíveis,
podem seguir vacinando a população prioritária”, explica o secretário de
Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Antonio Nardi. De acordo com o
último balanço do Ministério da Saúde, destacam-se nove estados que já bateram
a meta e alcançaram cobertura superior a 80%: São Paulo (89,4%), Distrito
Federal (89,2%), Espírito Santo (87,6%), Amapá (86%), Santa Catarina (85,8%),
Rondônia (85,3%), Paraná (84%), Rio Grande do Sul (83,1%) e Goiás (81,8%).
“O Ministério da Saúde cumpriu, rigorosamente, o combinado com os estados
e municípios para a campanha nacional de vacinação contra a gripe no que diz
respeito à entrega das vacinas e a quantidade de doses para imunizar o
público-alvo. O cronograma foi cumprido, o que possibilitou a que muitos
estados do país conseguissem, inclusive, adiantar a vacinação”, destaca o
presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), João Gabardo.
O presidente do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde
(Conasems), Mauro Junqueira, reforçou a importância de seguir a recomendação do
Ministério da Saúde para vacinação, apenas, do público prioritário. “Durante
toda a campanha, conversamos com secretários municipais de saúde de todo o país
para não vacinar quem está fora do público-alvo da campanha. Temos que dar
prioridade para a população mais vulnerável que nós mesmos, dos municípios,
definimos junto com os estados e governo federal”, observou.
VACINAÇÃO ANTECIPADA - Em todo o país, 22 estados da
Federação puderam adiantar suas vacinações, o que permitiu a alta cobertura
vacinal alcançada até este momento. “O Ministério da Saúde adquiriu doses em
quantidade superior ao público-alvo, o que chamamos de reserva técnica. São
mais de 4,2 milhões de doses a mais. O início do envio das doses no dia 1º de
abril permitiu a antecipação da vacinação em vários estados”, complementou o
secretário. É de responsabilidade dos estados encaminhar as doses aos
municípios.
Até o momento, a região Sul apresentou o melhor desempenho em relação à
cobertura vacinal contra a influenza, com 84%, seguida pelas regiões Sudeste
(83%); Centro-Oeste (75,7%); Norte (73,3%) e Nordeste (70%). Dentre os grupos
prioritários para a vacinação, os trabalhadores de saúde apresentam, até o
momento, a maior cobertura, com 3,9 milhões de doses aplicadas, o que
representa 95,2% dos profissionais a serem vacinados. Em seguida estão as
puérperas, com 323,7 vacinadas (88,2%); 17 milhões de idosos (81,6%); crianças
de seis meses a menores de cinco anos (quatro anos, 11 meses e 29 dias), com
9,2 milhões de vacinados (72,1%); 1,4 milhão de gestantes (62,9%).
Com 331,2 mil doses aplicadas, 53,2% dos indígenas já foram vacinados. Como a
vacinação deste grupo é realizada em áreas remotas, a atualização dos dados
segue outra dinâmica. Também foram aplicadas 7,4 milhões de doses nos grupos de
pessoas com comorbidade, população privada de liberdade e trabalhadores do
sistema prisional. Os portadores de doenças crônicas não transmissíveis, o que
inclui pessoas com deficiências específicas, também devem se vacinar. Para esse
grupo não há meta específica de vacinação.
PÚBLICO-ALVO - A escolha dos grupos prioritários
segue recomendação da Organização da Mundial da Sáude (OMS). Essa definição
também é respaldada por estudos epidemiológicos e pela observação do
comportamento das infecções respiratórias, que têm como principal agente os
vírus da gripe. São priorizados os grupos mais suscetíveis ao agravamento de
doenças respiratórias. Estudos demonstram que a vacinação pode reduzir entre
32% e 45% o número de hospitalizações por pneumonias e de 39% a 75% a
mortalidade por complicações da influenza.
O quantitativo de pessoas que integram o público-alvo de cada município e a
logística de distribuição das doses da vacina são definidos em reuniões da
Comissão Intergestores Tripartite (CIT), que contam com a presença do
governo federal, estaduais e municipais. O documento com a pactuação é assinado
pelos presidentes dos Conselhos Nacionais de Secretários de Saúde (Conass) e
Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems).
Todos os anos o Ministério da Saúde recebe a vacina em etapas do laboratório
produtor e, à medida que chegam as doses, estas são distribuídas imediatamente
aos estados. A partir do recebimento das vacinas, os estados podem definir
estratégias de contenção, conforme suas análises de risco, para a vacinação da
população-alvo.
CASOS DA DOENÇA – Neste
ano, até 9 de maio, foram registrados 2.808 casos de influenza de todos os
tipos no Brasil. Deste total, 2.375 por influenza A (H1N1), sendo 470 óbitos,
com registro de um caso importado (o vírus foi contraído em outro país). Os
dados constam no Boletim Epidemiológico de Influenza do Ministério da Saúde.
O Brasil possui uma rede de unidades sentinelas para vigilância da influenza
distribuídas em serviços de saúde de todas as unidades federadas do país, que
monitoram a circulação do vírus influenza por meio de casos de síndrome gripal
(SG) e síndrome respiratória aguda grave (SRAG).
A Região Sudeste concentra o maior número de casos (1.381) influenza A H1N1,
sendo 1.209 no estado de São Paulo. Outros estados que registraram casos neste
ano foram Rio Grande do Sul (198); Paraná (165); Goiás (153); Santa Catarina
(102); Pará (101); Rio de Janeiro (70); Bahia (67); Distrito Federal (63);
Minas Gerais (52); Paraíba (12); Alagoas (12); Rio Grande do Norte (11); Mato
Grosso (7); Amapá (2); Rondônia (1); Roraima (1); Maranhão (1); Piauí (1) e
Sergipe (1).
Com relação ao número de óbitos, São Paulo registrou 223, seguido por Rio
Grande do Sul (39); Goiás (26); Paraná (24); Rio de Janeiro (23); Santa
Catarina (21); Pará (16); Bahia (15); Minas Gerais (14); Espírito Santo (14);
Pernambuco (10); Mato Grosso do Sul (9); Paraíba (8); Ceará(6); Distrito
Federal (6); Rio Grande do Norte (5); Mato Grosso (4); Alagoas (2); Amapá (2) e
Maranhão (1).